Sobre as cartas e toda a mudança do mundo
Quando eu era adolescente, escrevia muitas cartas. Dezenas. Toda semana. Era super divertido. Fazia colagens, colocava surpresa para os meus amigos. Tinha uma caixa muito grande, cheia desses mimos – que algum namorado queimou numa tentativa burra de tentar apagar meu passado.
Há mais ou menos 15, 16 anos, a internet entrou na minha vida. Os chats instantâneos. As redes sociais. Todo mundo sabe que isso mudou o mundo, as relações e, principalmente, a comunicação. Inclusive essa comunicação mais íntima, mais pessoal. E superficializou tudo.
Temos muito mais “amigos”, mas nos sentimos muito mais sozinhos. Trocamos muitas gentilezas, mas não trocamos afeto. Não conhecemos a voz, não sentimos o cheiro, não nos molhamos com as lágrimas ou rimos até doer a bochecha e barriga.
Eis que hoje, às 8h34, eu recebo o correio na minha casa. Um envelope, um filme e uma carta, escrita a mão, papel e caneta. E, nessa mídia tão diferente pro contemporâneo, como seu autor mesmo disse, carinho colocado no papel. E eu pensei: alguém no mundo ainda me ama!
quarta-feira, 13 de julho de 2011
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