quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Da série:
COISAS QUE EU NUNCA PENSEI QUE FOSSE FAZER, n 1.

Doce de abóbora.
Por que? Porque é coisa de vó.
Fiz porque é gostoso e porque o Neto comprou duas morangas para rechear de risoto de camarão e acabou fazendo o camarão frito para comer como aperitivo tomando cerveja. As morangas ficaram aí, a Dani, minha chiquetérrima secretária do lar, descascou e picou e deixou na geladeira. Eu procurei a receita na internet e fiz. Ficou muito bom. Não é difícil. Rende muito.
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Enquanto o doce cozinhava, eu mexia a panela, Neto e eu desenvolvemos um diálogo sobre avós. Ele me contou que a vó dele - que não tinha nome de vó, se chamava Fernanda (e a mãe chama Renata, enfim...todo mundo tem nome jovial na família dele. Menos ele. Claro, ele seria a exceção, se chamando Wilson) - fazia muitos doces em tachos de cobre, ficava horas e horas mexendo, tinha braço de doceira. E eu pensei: braço de doceira eu já tenho. E perguntei em voz alta (abre-se aqui um diálogo entre o Neto e eu, começando por mim):

- será que eu vou ser uma vó que faz doces?
- você já é uma mãe que faz doces. Você faz um monte de coisas, cozinha todo dia.
- o que eu faço?
- ah! Todo dia faz alguma coisa. Faz gelatina, almoço...

Isso quer dizer que eu serei uma típica vó antiga: gorda, braçuda, de cabelo branco e coque que faz doce para os netinhos. Neto completa o diálogo:

- quando a gente ficar velho, os meninos morando cada um no seu canto, a gente vai viajar!

Logo, eu não serei uma vó presente. Serei uma vó viajante, porque eu concordo com esse pensamento reflexivo do Neto. Isso me lembrou muito uma coisa que ele me disse quando a gente tinha acabado de ir morar junto e eu tinha descoberto que tava grávida do João. Ele disse:

- eu salvei a sua vida. Se a gente não tivesse casado você ia ser uma daquelas workaholic gordinha, cheia de tatuagens, que se veste com roupas esquisitas, tem cabelo esquisito, só vai para baladas esquisitas e só tem amigos esquisitos. Você nunca mais ia casar com ninguém.

Tá. Eu tenho certeza que ia ser assim porque já tinha planejado ser assim. Mas isso não combina com envelhecer e fazer doce de abóbora para os seus netinho - apesar do braço de doceira. Logo, eu nunca tinha pensado em fazer doce de abóbora. E fiz. E não me arrependo porque nessa vida a gente tem que se arrepender do que não fez! U-hu!

3 comentários:

Clara disse...

Pois é, só lamento o fato de vc morar longe e ter feito essa porra desse doce longe. Deu lombriga. E vc sbe, tô operada, precisando de cuidados especiais...

Anônimo disse...

Tipo... eu sou um dos amigos esquisitos q se arrepende por coisas q não fez. Obrigado por estragarem meu semestre! Suicidio: aí vou eu!!!

Mariana Machado Hirche disse...

Ixi, escama...vc tem saído mto sociável pra tentar o suicídio. Tem até aumentado seu circulo social...
Clara, o doce ficou boooooooom! Eu comí TUDO!