quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Educação minha mãe me deu de sobra. Apesar de espaçosa, eu sou bem educadinha. Cumprimento todo mundo e sempre troco umas 3 frases...ah! As 3 frases são o fim!

SOBRE CONVENÇÕES E CONVENIÊNCIAS

Agora mesmo, saí da sala para ir assoar o nariz no banheiro. Sabe quando o nariz está cheio mesmo? Então, fui prendendo a respiração para não escorrer e imaginando quando a gente espirra e faz aquela bolha de ranho. Foi tudo ok até o banheiro. Assoei meu nariz e, já limpinha, voltando pra sala, encontrei o Manuel Moreno, locutor da AM, violeiro e gente boa. Aí, segue o diálogo:

Manuel – Oi menina! (os mais velhos sempre chamam a gente de menina. Menina eu era há 20 anos atrás, mas me sinto lisonjeada).
Eu – Olá, boa tarde. Tudo bem?
Manuel – Estou vivo, né?!
Eu – É. Estar vivo é fundamental. O resto a gente vai levando!
Manuel – Com certeza!

E, analisando o diálogo, volto para a sala morrendo de rir de mim mesma. Meu, que tipo de convenções são essas que fazem a gente estabelecer diálogos ridículos como esse?

Diz o manual de etiqueta e bons modos que a gente sempre deve responder de forma positiva a pergunta: Tudo bem? E sempre deve perguntar também. Mas para quê? Para quê, deus, se a pessoa educada tem, necessariamente, obrigatoriamente, responder que sim, está tudo bem? E se a pessoa responde que não está tudo bem é tão constrangedor...

Por exemplo, se eu fosse sincera ontem pela manhã, eu responderia: não está nada bem! Eu estou extremamente irritada porque dei vermífugo para o meu cachorro e ele cagou um monte de lombriga que eu mesma tive que limpar!

E várias vezes me constrangi com pessoas que respondem: bem só se for para você! Eu penso: nossa, quanta falta de educação!

Vendo por este lado, continuamos estabelecendo diálogos completamente sem nexo, falando do tempo e perguntando como vão os filhos, mesmo sem conhece-los.

Um comentário:

vanessa disse...

eu AMEI o seu texto
e super concordo com vc
parabens!
beijos