quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Eu não dormi no sábado. Depois, quase não dormi no domingo, agonizando. E, de segunda para terça, meus filhos resolveram que não queriam dormir. E eu não dormi de novo.

SOBRE A ARTE DE CHORAR

Quando eu fico sem dormir, meus olhos não param de lacrimejar. Eu fico com o nariz vermelho. Parece que eu estou chorando, chorando. A única coisa que fica normal é a voz. Não tem voz de choro. Mas, do nada, as lágrimas começam a escorrer bochecha a baixo e as pessoas me olham com cara de espanto. “Está tudo bem, menina?” Fico muito honrada com o ‘menina’.

Ontem mesmo, pelo menos 50% dos meus colegas de trabalham perguntaram se eu estava bem. Teve gente que disse que eu estava abatida, pálida. “Eu sou branquinha mesmo”, resposta na ponta da língua. E minha mãe perguntou se eu estava com dor de cabeça e porque estava chorando.

As vezes, chorar é constrangedor. E eu sou chorona. E quando eu choro e as pessoas falam “não precisa chorar” ou “não vá chorar”, aí eu desmonto. E detesto. E me sinto uma completa idiota infantil chorando por qualquer coisa.

Nas despedidas, sempre! Então, eu falo ‘tchau’, viro as costas e saio correndo. Pelo menos eu choro sozinha, no caminho, e não ouço o “não precisa chorar!”

Dia desses, o Rouberval, comunicador aqui da onde eu trabalho, me fez passar o dia chorando. Primeiro de culpa. Depois de comoção. Depois de vergonha. Tudo porque eu pedi para ele anunciar que eu precisava de uma funcionária. E ele disse que eu precisava mesmo era arrumar um emprego meio período porque meus filhos precisavam da presença materna dentro de casa. Choro 1. Depois me disse que perdeu a mãe com 6 anos e que sentia muita falta de alguém para atender as birras de uma criança. Choro 2. E depois pediu desculpas porque não queria me fazer chorar. Choro 3.

Como dá para perceber, eu sou emotiva e chorona. Eu choro porque amo, eu choro porque odeio, eu choro em filme, em VT, eu choro nas brigas, nas festas, nos livros. Eu choro! E choro principalmente quando estou com sono.

Um comentário:

fabiola disse...

eu choro de raiva. quando fico triste, eu fico firme, toda mulher coragem. mas raiva e frustração é desidratação lacrimal na certa.
e ultimamente choro quase todo dia.